Pílula de Uso Contínuo (Gestinol 28), Endometriose e Fertilidade

Dia após dia, mais e mais mulheres procuram seus ginecologistas em busca de tratamentos anticoncepcionais de uso contínuo. Segundo a grande maioria deles, o uso da pílula contínua não interfere na fertilidade das pacientes, uma vez que elas não possuem efeito cumulativo.

Os hormônios contidos neste tipo de pílula podem ser, ainda, de grande utilidade no tratamento da endometriose, das cólicas, da TPM, do fluxo menstrual intensos. Elas possuem em suas formulações uma quantidade maior de estrogênios e para obter o resultado esperado é mais do que necessária a adaptação do medicamento ao perfil de cada paciente.

Especificamente, para o tratamento da endometriose as melhores opções são aquelas que contêm progestógenos antiandrogênicos: acetato de ciproterona ou drospirenona; já que estes compostos tem como objetivo evitar a estimulação excessiva dos receptores androgênicos. Além de ajudarem no tratamento da endometriose,  eles ainda auxiliam no bloqueio das glândulas produtoras de gordura, melhorando as condições da pele: oleosidade e acne (Atestado pela Treinante 1). O uso  da pílula contínua reduz em mais de 80% os níveis de prostaglandinas no sangue menstrual.

Um estudo realizado no Brasil comprovou que 38% das pacientes submetidas a algum tratamento cirúrgico para endometriose que não fizeram uso de terapia hormonal (contraceptivos) voltaram a apresentar focos da doença (atestado pela treinante 1, que fez a cirurgia antes da primeira FIV e os focos retornaram). Enquanto que o restante das pacientes, que fez o uso de Gestinol 28 (Gestodeno) não voltou a apresentar as lesões (fato comprovado por um estudo escocês).

O Gestinol 28 é um contraceptivo monofásico que inibe a ovulação através da supressão da liberação das gonadotrofinas. Ele altera a produção do muco cervical (Atestado pela treinante 1) e reduz a possibilidade de nidação. O tratamento encontra-se indicado às pacientes que desejam interromper a menstruação por um período determinado ou àquelas que sofrem com uma Síndrome Pré-Menstrual intensa (enxaquecas, cólicas, etc.), com dores derivadas da endometriose, portadoras de cistos uterinos, miomas e câncer de ovário e, ainda, para aquelas que estejam se preparando para um novo ciclo de FIV.

Mas, atenção, seu uso deve ser precedido por exames clínicos completos: verificação da pressão arterial, da taxa de glicose sanguínea, de um hepatograma, de um minucioso exame ginecológico (mamas, citologia cervical oncológica) e exclusão de gravidez e lactação. No caso da treinante 1 só foram realizados os exames ginecológicos. As pacientes com mais de 35 anos devem ainda parar de fumar devido ao risco aumentado de tromboflebites, tromboembolias, coágulos, hipertensão arterial e AVC.

O uso do medicamento é feito mediante a ingestão diária e contínua, sem interrupções, de preferência sempre no mesmo horário de um comprimido. E, só deverá ser interrompido sob estrita orientação médica. O fabricante alerta que são comuns sagramentos de escape até o término da 3ª cartela ou se as pacientes não tiverem um horário certo para ingestão.

É importante salientar que apesar de alguns especialistas ainda afirmarem que o uso da pílula contínua poderia deteriorar o perfil metabólico das usuárias ou que o sangramento mensal teria por função a limpeza do organismo dos hormônios, nenhum destes argumentos encontra hoje comprovação científica. Pelo contrário, os mais recentes estudos publicados comprovaram que o uso da pílula contínua, acompanhado por controles clínicos semestrais, tem o mesmo efeitos nas pacientes que o uso da pílula com pausa mensal. Durante a realização destes estudos, não foi constatado ganho de peso significativo ou alteração da pressão arterial; a amenorreia (resultado esperado) foi atingida em 81% das pacientes após a 4ª cartela e, ainda houve a redução dos níveis de LDL e aumento do HDL, a redução dos níveis de  triglicerídeos e a manutenção das taxas de glicemia.

Treinante 1 e sua experiência: 1) Após o 21º dia de uso contínuo do Gestinol 28 (1ª Cartela), as dores da endometriose reapareceram em menor intensidade e só desapareceram cerca de 15 dias depois; 2) A amenorreia foi atingida logo na primeira cartela; 3) Foi observado melhora significativa da acne e o aparecimento de prisão de ventre; 4) Foram observados pequenos sangramentos de escape, nos dias em que a tomada da pílula sofreu atraso, que pararam no dia seguinte; 5) A menstruação desceu no terceiro dia após  a interrupção do uso do medicamento, as cólicas foram intensas (principalmente na região do intestino), já no reto não houve dor.

Você treinante, que sofre com os efeitos pra lá de indesejáveis da Endometriose, de miomas uterinos, cistos, câncer de ovário ou que está pensando em se submeter a uma FIV, corra até o consultório de seu médico e peça orientações a respeito da possibilidade de uso da pílula contínua. E, claro não se esqueça, de pedir a ele que realize os exames citados acima.