A pesquisa de anticoagulante lúpico é feita para determinar a causa de uma trombose não explicada, de abortos recorrentes ou de um tempo de tromboplastina parcial (TTP) prolongado. Ela ajuda a distinguir se um TTP prolongado é devido a um inibidor específico para um fator da coagulação ou a um inibidor inespecífico, como o anticoagulante lúpico. Pode ser pedida junto com exames que pesquisam anticorpos anticardiolipina e anti-beta-2-glicoproteína.
Se uma pesquisa de inibidores lúpicos é positiva, ela pode ser repetida após algumas semanas para verificar se o anticorpo é transitório ou persistente.
Diversos exames são usados para pesquisar anticoagulante lúpico. Recomenda-se que sejam feitos pelo menos dois deles. Os mais sensíveis, além do TTP, são o teste diluído com veneno da víbora de Russel e o TTP sensível ao anticoagulante lúpico, que usa níveis baixos de ativador fosfolipídico. Outras variantes usam correção com plasma normal misturado ao plasma do paciente (ex. TTP 50/50) ou com um excesso de fosfolipídio.
Um tempo de trombina e uma dosagem de fibrinogênio podem ser feitos para excluir contaminação com heparina, deficiência de fibrinogênio ou disfibrinogenemia.
O exame é feito em geral com uma pesquisa de anticorpos anticardiolipina para diagnóstico da síndrome antifosfolipídio.
Pessoas com doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico e doença mista do tecido conjuntivo, têm probabilidade maior de apresentarem anticoagulantes lúpicos, e podem ser testadas periodicamente.
A pesquisa de anticoagulantes em geral é feita por etapas. Embora os exames possam variar, a pesquisa começa com um tempo de tromboplastina parcial (TTP) prolongado. Se o TTP estiver normal, não há anticoagulante lúpico ou o reagente do TTP contém fosfolipídios em excesso. Para excluir a segunda possibilidade, pode ser feito o TTP sensível ao anticoagulante lúpico (com níveis baixos de fosfolipídio).
A tabela abaixo resume as etapas dos exames:
Exames | Resultados | Interpretação | |
Passo 1 | TTP sensível ao anticoagulante lúpico e/ou teste diluído com veneno da víbora de Russell | Normais | Não são necessários outros exames. Se a suspeita de inibidor se mantiver, esses exames podem ser repetidos. |
Prolongados | Possível inibidor; veja Passo 2 | ||
Passo 2 | TTP sensível ao anticoagulante lúpico e/ou teste diluído com veneno da víbora de Russell com uma mistura em partes iguais de plasma do paciente e pool de plasma normal | Normais | O prolongamento dos exames no Passo 1 é devido a deficiência de fatores da coagulação, não a anticoagulantes |
Prolongados | Provável anticoagulante lúpico; veja Passo 3 | ||
Passo 3 | Confirmação. TTP sensível ao anticoagulante lúpico e/ou teste diluído com veneno da víbora de Russell com excesso de fosfolipídeo. | Normais ou encurtados | A correção com fosfolipídio confirma a presença de anticoagulante lúpico. |
Prolongados | Inibidor específico de um fator da coagulação, e não anticoagulante lúpico. |
Pacientes com anticoagulante lúpico podem apresentar também trombocitopenia leve ou moderada. Pacientes em uso de heparina para tratamento de trombose também podem desenvolver trombocitopenia.
Preparo: Jejum de 4 horas. Suspender o uso de anticoagulante oral 2 semanas antes da coleta do sangue, se for heparina suspender 2 dias antes da coleta. Informar os nomes dos medicamentos em uso nos últimos 30 dias.
INTERFERENTES:
Antibióticos, anticoagulante orais, heparina, epinefrina, contraceptivos orais, estreptoquinase.
Código CBHPM: 4.03.04.01-9
Interpretação:
Uso: processos trombo-embólicos recorrentes, manifestações trombóticas neurológicas, abortos espontâneos sucessivos e trombose venosa ou arterial.
O anticoagulante lúpico (LAC) e os anticorpos anticardiolipina (ACA) estão associados a doenças tramboembólicas, tais como tromboses venosas profundas, tromboses arteriais, abortos espontâneos de repetição, acidentes vasculares cerebrais e plaquetopenia. Estas doenças podem estar associadas à presença somente dos ACA ou somente de LAC, mas, em geral, ocorrem positivamente para ambos. O LAC ocorre na presença de doenças autoimunes (LES, anemia hemolítica autoimune, artrite reumatóide), distúrbios neurológicos (epilepsia, coréia, enxaqueca, esclerose múltipla e S. Guillain-Barré), após a utilização de medicamentos (hidralazina, procainamida, clorpromazina, quinidina, fenitoína, vários antibióticos).
– LACs e ACAs não são os mesmos anticorpos e podem ocorrer independentemente. Na vigência de suspeita clínica, ambos devem ser pesquisados.
– Estes anticorpos podem ocorrer em duas síndromes intimamente relacionadas, porém, clínica, bioquímica e laboratorialmente distintas: a Síndrome Antifosfolipídica Primária e a Síndrome Antifosfolipídica Secundária. Ambas síndromes estão associadas a manifestações tromboembólicas (venosas, arteriais e de microcirculação) em qualquer tecido ou órgão, e complicações da gestação (abortos espontâneos de repetição, morte fetal, nascimento de prematuros).
Para valores confirmatórios considerar que:
– valores entre 1,2 e 1,5: presença de LA é fraca
– valores entre 1,5 e 2,0: presença de LA é moderada
– valores acima de 2,0: presença de LA é forte.
Referência:
Teste de Triagem:
dRVVT até 1,15: ausência de inibidor
Teste confirmatório:
RVVT confirmatório até 1,21: ausência de inibidor inespecífico (anticoagulante lúpico).
5 Comentários
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