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ELAGOLIX: uma nova alternativa para o tratamento da Endometriose e de Leiomiomas Uterinos

A Abbot e a Neurocrine Biosciences anunciaram em 2012 um acordo de colaboração e comercialização do Elagolix, o primeiro antagonista liberador do hormônio gonanadotropina (GnRH) de uso oral para o tratamento de endometriose e de Leiomiomas Uterinos.

A Abbot terá direitos exclusivos no desenvolvimento e na comercialização do medicamento que ainda está sendo testado e, também, de suas futuras gerações de antagonistas de GnRH, sendo estes utilizados por homens ou mulheres.

Até agora o que se sabe, após a fase 1 e 2 de testes, é que o Elagolix inibe os receptores do hormônio liberador da gonadotropina (GnRH) na glândula pituitária e reduz os níveis de hormônios sexuais em circulação; seu perfil permite a supressão parcial do estrogênio e mantém o nível de estradiol abaixo do normal, o que além de reduzir a dor evitaria a perda óssea associada à supressão excessiva de estrogênio.

A Fase 3 de testes está acabando, foi realizada durante 24 semanas, em que foram aplicados testes multinacionais e randomizados com cerca de 875 mulheres, com idades entre 18 e 49 anos, portadoras de endometriose moderada à severa. Uma segunda tentativa de aplicação desta fase de estudos, para a confirmação dos dados coletados,  está planejada para começar em 2013 e terminar em 2016.

Apesar, da análise dos primeiros resultados terem demonstrado que o uso do Elagolix é mais vantajoso em relação aos medicamentos existentes no mercado (Lupron, Zoladex e Depo Provera), por ele ser um medicamento de uso oral (tomado 1 vez por dia, sem a necessidade de injeções), com a possibilidade de seu uso ser descontinuado facilmente em casos de reações adversas, de possibilitar o retorno normal da ovulação no mês seguinte à descontinuação do uso, de reduzir os sintomas quase que imediatamente e de ter menos efeitos colaterais (sem perda óssea e calorões); alguns especialistas de mercado estão preocupados, pois mesmo que a segunda tentativa de aplicação da Fase 3 comprove sua eficácia e que ele obtenha a provação da FDA, ainda assim ele poderá não ser comercializado por falta de mercado e de incentivos financeiros.

E, finalmente, em abril de 2017, os resultados da segunda tentativa de aplicação da Fase 3 foram publicados na New England Journal of Medicine e apresentados na 13th World Congress on Endometriosis e, realmente, demonstraram que o medicamento é promissor no tratamento da endometriose.

A Fase 3 foi replicada não uma, mas 2 vezes, afim de avaliar a eficácia e a segurança de Elagolix, 2 estudos duplo-cegos foram conduzidos por 6 meses com 1689 mulheres com endometriose grave, para avaliar a aplicação de 2 dosagens diferentes 150mg (872) e 200mg (817), em 338 locais nos 5 continentes. Os pesquisadores chegaram à conclusão que Elagolix e é seguro e eficaz e demonstrou um importante potencial no tratamento da endometriose.

Após três meses, as pacientes foram avaliadas quanto à melhora dos sintomas de dores e de alterações menstruais. Os cientistas observaram uma importante e significativa melhora dos sintomas das pacientes quando receberam Elagolix (46% das voluntárias na dose baixa e 76% na dose alta de Elagolix. A melhora desses sintomas persistiu, em muitas pacientes, por seis meses.

O tratamento foi associado a efeitos colaterais e sintomas de menopausa, como calores e fogachos, elevação do colesterol, dores de cabeça e de osteopenia e osteoporose.

O uso de Elagolix agora está sendo investigado em mais de 40 estudos clínicos e em mais de 3000 mulheres.

O Blog Maternare espera, sinceramente, que a FDA libere o uso do medicamento, pois a cada dia que passa mais e mais mulheres sofrem com os sintomas nefastos, debilitantes e incapacitantes da Endometriose moderada e profunda.